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Se não fosse o cabral...

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Wednesday, August 10, 2005

Dance days

Em meados da década de 90, eu, atravessando a ponte que leva todo adolescente, dos fins de festa em completa embriaguês, aos de emocionantes beijos na boca, amassos e testículos doloridos, era um assíduo freqüentador do clube atlântico de Olinda. Era uma tal de “segunda sem lei” e “sexta de sei lá o quê” que consumiam completamente os suados cem reais e alguns cascudos, que eu faturava trabalhando como bom-bril na lanchonete da minha mãe.
Quem me conhece há pouco tempo pode até achar pouco provável, mas eu já dancei muito forró no atlântico ao som de Mistura de amor e Arretados do forró. Tudo bem, eu não dançava taaanto. Mas bem que tentava. Dançar forró, na minha criminosa adolescência, foi a única maneira de me aproximar de alguma mulher que não fosse parente. Geralmente a mulherada no Atlântico, sempre cheirosa e bem produzida, não aceitava dançar comigo. E depois de ouvir dois ou três categóricos “Não!”, “Não estou afim!” ou “Estou conversando!”, eu caia valendo na espumosa. Bebia até a grana acabar enquanto olhava caras mais feios, ou que não dançavam melhor que eu, dançar com as mesmas garotas que me disseram “Não!” e que não estavam afim. Isso me deixava muito mal. Eu saia inicialmente para dançar. Eu queria dançar e não conseguia. Era difícil admitir, mas, era comigo que elas não queriam dançar. E eu não descobria o porquê. Ficava observando os pegadores do pedaço para poder imitar com detalhes, as diversas formas bem-sucedidas, que os caras tinham de chamar mulher para dançar. E mesmo assim eram raros e curtos os momentos de êxito. Cheguei até a ensaiar em frente ao espelho. Putz!
Passadas algumas segundas e sextas sem o menor sucesso e quase que desaprendendo o pouco que sabia sobre dançar forró, lá estava eu no atlântico novamente, firme, forte e com uma enorme vontade de dançar.
Uma espumosa pra soltar os nervos e um rolé pelo salão pra dar uma sacada. Mirei duas garotas conversando sem nenhum outro animal pra competir, por perto, eu parti pra cima cheio de confiança, e...
- Não!
Mas eu tava muito afim de dançar. E sem sequer pestanejar; Chamei a outra garota. E ela não só aceitou dançar deixando a amiga falando sozinha, como só dançou comigo, e ainda rolou umas bicotas no Guerreiro aqui. Que voltou pra casa feliz, sorridente, respeitando as pessoas, preservando a natureza e sóbrio.
Daquela noite pra cá, eu já ouvi incontáveis “Não!”, mas nem por isso eu deixei de fazer o que eu acredito ser melhor pra mim, por causa de outras pessoas. Não que depois disso eu não tenha tomado porres desgraçados, tomei muitos. Mas a minha História quem escreve sou eu. E se alguém for convidado para de alguma maneira fazer parte dela, e não aceitar, eu não vou parar nem perder o resto da festa. Convidarei outra pessoa.

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Tuesday, August 02, 2005

Profeta do Samba


Bezerra X Brasília = "Se gritar pega ladrão, não fica um..." Posted by Picasa